segunda-feira, 9 de maio de 2016

Dois Cartórios! Duas Raças? Revisão Histórica...

Mangalarga e Mangalarga Marchador dois Cartórios! Duas Raças? Estive outro dia lendo, em primeira mão, mais um dos “papiros” do meu querido amigo escritor, competente criador de Mangalarga Marchador e historiador quase profissional Ricardo Casiush. A nudez das informações históricas e sua honestidade implacável ainda sim não conseguem esconder as opiniões apaixonadas e as meias verdades que muitos criadores tentam dar a versões que se perpetuam pétreas pela história. Tratava o livro em questão sobre as origens da tropa de Minas e suas linhagens primordiais. Fortuna, Joia da Chamusca, Sublime, Gregório, Telegrama Velho, Rosilho/Abismo estão lá incontestes como sementes primeiras a darem frutos no Mangalarga e no Mangalarga Marchador e disso ninguém pode argumentar diferente. Mas quase que aproveitando desta origem comum, surge o grifo de um iminente criador, disse ele: “...uma raça com dois registros”. Sob o argumento de fechamento do livro de maneira precoce na ABCCRM em 1943 os criadores de Minas foram obrigados a fundar a ABCCMM. Pus-me a pensar!!! Seria essa a verdadeira versão da história? Pelo que compilei de muitos registros históricos, creio que não... Dizer que os Mineiros abriram seu cartório por causa do fechamento precoce do livro de São Paulo é uma meia verdade. As divergências deram-se muitos mais por questões político-econômicas (SP X MG), e mais ainda por divergências ZOOTECNICAS. O cartório de São Paulo em 1934 foi o primeiro a lançar bases zootécnicas sob a tropa e a observar e selecionar prodigiosamente, diga-se de passagem, a MARCHA TROTADA, selo racial da tropa paulista e um dos cernes da discórdia entre mineiros e paulistas até hoje. De lá pra cá, infelizmente, foram muitos os desvios de rumo, mudanças de modelo e o contrabando genético nos dois cartórios, muitas vezes sob o argumento do melhoramento racial ou novamente sob o argumento, “uma raça com dois registros”, de modo que penso ser primordial entender de uma vez por todas o dilema ORIGEM COMUM X MODELOS DIFERENTES, para criarmos identidades e modelos de cavalo sólidos em ambos os cartórios e para que talvez num futuro próximo sem sombra de dúvidas possamos todos, mineiros e paulistas, estarmos convictos de que são dois Cartórios e duas Raças, patrimônios nacionais e cada qual com sua beleza, função e banco genético!!! É minha Opinião! Luiz Alberto Patriota de Araujo Costa